Na década de 80 nos Estados
Unidos da América, Michael Christensen, um palhaço renomado, foi convidado para
fazer uma apresentação no Columbia
Presbyterian Babies Hospital, um hospital infantil. O público era composto somente pelos pacientes que
podiam se deslocar até o pátio do hospital, onde foi realizada a apresentação. Ficou claro para Michael e para a equipe médica que aquele contato com o palhaço
tinha sido muito benéfico para as crianças e logo eles levaram a apresentação também para os pacientes que não podiam sair de seus leitos. O resultado da presença
dessa interação com o palhaço foi rapidamente notável. Crianças que antes eram bastante
apáticas, estavam interagindo e demonstravam interesse e alegria ao realizar as
atividades.
Depois de alguns meses de visitas e de
resultados positivos, o hospital resolveu investir nesse tipo de terapia e
criou assim o Clown Care Unit. Vários outros palhaços se juntaram ao grupo, que
logo ganhou visibilidade pelo jeito inovador de tratar crianças. Em pouco tempo
o trabalho se estendeu para outros hospitais e também para outros públicos, que
não só o infanto-juvenil. Um dos palhaços que participava do Clown Care Unit
era Wellington Nogueira, ator e palhaço brasileiro, que naquela época residia
nos EUA. Ele se apaixonou pelo projeto e assim que retornou ao Brasil, em 1991,
fundou a ONG Doutores da Alegria. Foi assim que esse tipo de terapia chegou
aqui no Brasil e, como na américa do norte, chamou bastante atenção e
rapidamente surgiram outros grupos pelo país.
A terapia do riso, palhaço terapia ou besterologia,
como chama os Doutores da Alegria, apesar de ter poucos embasamentos científicos
e ser uma técnica recente, não encontra muita resistência no meio médico, pois
é notável o feito positivo que traz para o ambiente do hospital, mudando não só
o comportamento dos pacientes, mas também da equipe e dos acompanhantes. Alguns
grupos exigem de seus voluntários experiências prévias com a palhaçaria, alguns
oferecem cursos e outros aceitam pessoas de todos os tipos dispostas a fazer as
visitas. Essa falta de sistematização acontece tanto no Brasil, quanto no
exterior, mas não existem dados que afirmem existir diferenças de resultados de
um grupo para outro.
Muito ainda
está para ser descoberto a respeito dos efeitos da presença do palhaço no
ambiente hospitalar, mas uma coisa é certa, um ambiente amoroso, tranquilo e
cheio de bom humor é sempre positivo e como dizem por aí: o riso é o melhor
remédio.
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